A cor. Da diferença.
brancos são tão pretos-brancos
pretos são tão brancos-pretos
Quanto mestiço-branco-preto somos?
Tem cor a vergonha da tua raça?
Quantos se dizem mestiços quase brancos
Outros pensam ser quase pretos
Quase mestiços filhos de pretos;
Pretos sem mátria, brancos sem berço!
Pretos pop favelados em guetos
brancos nus em terra estrangeira
Numa américa sem cara, num país sem pudor
Mas um dia hei de ver brancos bater tambor
Em banto falar tupy or not to be
Malés sambar esperanto, sem pranto ou farrapos
preto-azuis; mulatos de olhos brancos
Toda mulher branca, preta, amarela, é mulher!
Todo homem branco, preto, mestiço, é homem!
homens e mulheres diferentes, não tão diferentes
não tão livres assim
Quilombo, Palmares, Liberdade quem é teu dono?
Nas senzalas modernas, sobrados urbanos
(o chicote é a lei)
Quando romperemos com a herança maldita que nos fere
violenta e crava?
Quando seremos de verdade um povo em pele
voz, sem correntes?
Quando passaremos em verdade a história a limpo
preto no branco!?
2 comentários:
ningeMuito bom! O garoto vai longe... Ubirajara Sá
Gosto do que leio aqui, mas gostaria de sentir-me livre como negro, como sou. No mais, vê-lo escrevendo matérias diversas deixa-me feliz. Serás um bom escritor, meu caro andrógino&camaleônico.
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