domingo, 7 de dezembro de 2008

A cor da pele está no sangue


A cor. Da diferença.


brancos são tão pretos-brancos

pretos são tão brancos-pretos

Quanto mestiço-branco-preto somos?

Tem cor a vergonha da tua raça?

Quantos se dizem mestiços quase brancos

Outros pensam ser quase pretos

Quase mestiços filhos de pretos;

Pretos sem mátria, brancos sem berço!

Pretos pop favelados em guetos

brancos nus em terra estrangeira

Numa américa sem cara, num país sem pudor

Mas um dia hei de ver brancos bater tambor

Em banto falar tupy or not to be

Malés sambar esperanto, sem pranto ou farrapos

preto-azuis; mulatos de olhos brancos

Toda mulher branca, preta, amarela, é mulher!

Todo homem branco, preto, mestiço, é homem!

homens e mulheres diferentes, não tão diferentes

não tão livres assim

Quilombo, Palmares, Liberdade quem é teu dono?

Nas senzalas modernas, sobrados urbanos

(o chicote é a lei)

Quando romperemos com a herança maldita que nos fere

violenta e crava?

Quando seremos de verdade um povo em pele

voz, sem correntes?

Quando passaremos em verdade a história a limpo

preto no branco!?

2 comentários:

Anônimo disse...

ningeMuito bom! O garoto vai longe... Ubirajara Sá

Anônimo disse...

Gosto do que leio aqui, mas gostaria de sentir-me livre como negro, como sou. No mais, vê-lo escrevendo matérias diversas deixa-me feliz. Serás um bom escritor, meu caro andrógino&camaleônico.